IFSC publica paper de Inês Domingos sobre BCE, bancos e Governos: Lições da crise
A Inês Domingos é Deputada à Assembleia da República pelo PSD e docente da Universidade Católica. É licenciada em Economia pela Université Catholique de Louvain e mestre em Economia.
Durante a crise financeira e de dívida pública o BCE exerceu um papel importante para evitar o colapso financeiro dos Estados-membros da Área do Euro, intervindo no mercado secundário da dívida pública, através de compras de obrigações do Tesouro, que permitiram manter as remunerações desses títulos em níveis compatíveis com a sustentabilidade da dívida pública. As ligações entre a Banca e os Estados foram uma motivação importante para estas intervenções do BCE, já que as fragilidades de uns acentuaram as fragilidades dos outros acentuando o risco de falência de um banco sistémico ou de um Estado membro.
Agora que a urgência da crise passou é necessário limitar as ligações entre os Estados e os bancos comerciais e desenvolver instituições que possam de forma sistemática exercer a função de credor de último recurso dos Estados-membros, de forma a permitir que o BCE regresse a uma política monetária mais convencional. Com efeito, a história dos bancos centrais mostra que uma relação muito próxima com os Estados acarreta riscos, entre outro, o risco de hiperinflação, que tiveram no passado sérias consequências económicas e políticas.
